quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Soneto e o Poeta

Com vocês, Rogaciano Leite:


Rogaciano Leite nasceu em Itapetim, no sítio Cacimba Nova, em 1º de Julho de 1920 e faleceu no Rio de Janeiro em 7 de Outubro de 1969. Filho dos agricultores Manoel Francisco Bezerra e de Maria Rita Serqueira Leite, iniciou a carreira de poeta-violeiro aos 15 anos de idade, quando desafiou, na cidade paraibana de Patos, o cantador Amaro Bernadino.

Em seguida, Rogaciano Leite foi para o Rio Grande do Norte, onde conheceu e iniciou amizade com o renomado poeta recifence Manoel Bandeira. Aos 23 anos de idade mudou-se para Caruaru, no agreste pernambucano, onde apresentou um programa diário de rádio. De Caruaru, seguiu para Fortaleza, onde tornou-se bancário .

Entre 1950 e 1955, Rogaciano residiu nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. No Rio casou-se com Maria José Ramos Cavalcante, com quem teve os filhos Rogaciano Filho, Anita Garibaldi, Roberto Lincoln, Helena Roraima, Rosana Cristina e Ricardo Wagner.

Em 1968 deixou o Brasil para uma temporada na França e outros países da Europa . Na Rússia deixou gravado, em monumento na Praça de Moscou, o poema Os Trabalhadores.


Alguns dos poemas mais conhecidos de Rogaciano Leite são: Acorda Castro Alves, Dois de Dezembro, Poemas escolhidos, Carne e Alma, Os Trabalhadores e “Eulália. Rogaciano faleceu, de enfarte miocárdio, no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro. O corpo do poeta está sepultado no cemitério São João Batista, em Fortaleza, Ceará. Rogaciano Leite foi, ainda, jornalista e era formado em Direito e Letras.

SORRIR E CANTAR

Quando falas porque vivo rindo
Também falas por viver cantando
Se a vida é bela e este mundo é lindo
Não há razão para viver chorando

Cantar é sempre o que a fazer eu ando
Sorrir é sempre meu prazer infíndo
Se canto e rio,é porque vivo amando
Se amo e canto,é por que vivo rindo.

Se o pranto morre quando nasce o canto
Eu canto e rio pra matar o pranto
E gosto muito de quem canta e rí

Logo bem vês por estes dotes meus
Que quando canto estou pensando em Deus
E quando rio estou pensando em tí.

(Rogaciano Leite)


" SE VOLTARES... "

Como o sândalo humilde que perfuma
o ferro do machado que lhe corta,
hei de ter a minh'alma sempre morta
mas não me vingarei de coisa alguma.

Se algum dia, perdida pela bruma,
resolveres bater à minha porta,
em vez da humilhação que desconforta
terás um leito sobre um chão de pluma.

Em troca dos desgostos que me deste,
mais carinhos terás do que tiveste
e meus beijos serão multiplicados...

Para os que voltam, pelo amor vencidos,
a vingança maior dos ofendidos
é saber abraçar os humilhados.

(Rogaciano Leite)

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