Com vocês, Rogaciano Leite:
Em seguida, Rogaciano Leite foi para o Rio Grande do Norte, onde conheceu e iniciou amizade com o renomado poeta recifence Manoel Bandeira. Aos 23 anos de idade mudou-se para Caruaru, no agreste pernambucano, onde apresentou um programa diário de rádio. De Caruaru, seguiu para Fortaleza, onde tornou-se bancário .
Entre 1950 e 1955, Rogaciano residiu nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. No Rio casou-se com Maria José Ramos Cavalcante, com quem teve os filhos Rogaciano Filho, Anita Garibaldi, Roberto Lincoln, Helena Roraima, Rosana Cristina e Ricardo Wagner.
Em 1968 deixou o Brasil para uma temporada na França e outros países da Europa . Na Rússia deixou gravado, em monumento na Praça de Moscou, o poema Os Trabalhadores.
Alguns dos poemas mais conhecidos de Rogaciano Leite são: Acorda Castro Alves, Dois de Dezembro, Poemas escolhidos, Carne e Alma, Os Trabalhadores e “Eulália. Rogaciano faleceu, de enfarte miocárdio, no Hospital Souza Aguiar, no Rio de Janeiro. O corpo do poeta está sepultado no cemitério São João Batista, em Fortaleza, Ceará. Rogaciano Leite foi, ainda, jornalista e era formado em Direito e Letras.
SORRIR E CANTAR
Quando falas porque vivo rindo
Também falas por viver cantando
Se a vida é bela e este mundo é lindo
Não há razão para viver chorando
Cantar é sempre o que a fazer eu ando
Também falas por viver cantando
Se a vida é bela e este mundo é lindo
Não há razão para viver chorando
Cantar é sempre o que a fazer eu ando
Sorrir é sempre meu prazer infíndo
Se canto e rio,é porque vivo amando
Se amo e canto,é por que vivo rindo.
Se o pranto morre quando nasce o canto
Se amo e canto,é por que vivo rindo.
Se o pranto morre quando nasce o canto
Eu canto e rio pra matar o pranto
E gosto muito de quem canta e rí
E gosto muito de quem canta e rí
Logo bem vês por estes dotes meus
Que quando canto estou pensando em Deus
E quando rio estou pensando em tí.
(Rogaciano Leite)
E quando rio estou pensando em tí.
(Rogaciano Leite)
Como o sândalo humilde que perfuma
o ferro do machado que lhe corta,
hei de ter a minh'alma sempre morta
mas não me vingarei de coisa alguma.
Se algum dia, perdida pela bruma,
resolveres bater à minha porta,
em vez da humilhação que desconforta
terás um leito sobre um chão de pluma.
Em troca dos desgostos que me deste,
mais carinhos terás do que tiveste
e meus beijos serão multiplicados...
Para os que voltam, pelo amor vencidos,
a vingança maior dos ofendidos
é saber abraçar os humilhados.
(Rogaciano Leite)